Entenda a lógica por trás dos semáforos DATAPROM
O tempo parado no semáforo é uma das maiores frustrações dos motoristas nas grandes cidades
Um estudo recente da montadora Ford calculou que o ser humano perde, em média, 2 dias por ano parado em cruzamentos. Agora, imagine uma cidade onde a tecnologia reduza de forma instantânea e automática esse tempo, privilegiando a via com maior demanda. Isso já existe. Inclusive no Brasil.
A discussão sobre a automação das vias atinge desde o setor produtivo até pesquisadores preocupados com segurança viária. O mesmo estudo da montadora americana mostrou que 60% dos acidentes de trânsito ocorrem em cruzamentos. A ideia da empresa com o estudo é equipar carros autônomos com sensores inteligentes que evitam paradas nos cruzamentos.
Mas já se discute também como as tecnologias atuais baseadas, por exemplo, em laços virtuais, físicos ou sistemas de detecção doopler podem ser integradas a controladores semafóricos e aos veículos que trafegam nessas vias tecnológicas.
A Volkswagen vem testando um sistema de semáforos que se comunica via rede sem fio com carros com a tecnologia Car2X. Os testes são realizados em vias de Wolfsburg, na Alemanha. E um dos objetivos é informar as fases dos semáforos a frente no painel do veículo, calculando uma velocidade média e evitando acelerações ou frenagens desnecessárias.
E no Brasil?
A DATAPROM tem sua tecnologia semafórica instalada em quase 6.000 cruzamentos no país, considerando controladores integrados pelo Software Antares e os Sistemas Adaptativos Local e Central.
Joinville, por exemplo, recebeu recentemente um sistema adaptativo local no cruzamento das ruas Ottokar Doerffel e Otto Parucker. Após a implantação, um estudo realizado pela DATAPROM mostrou que os ciclos do semáforo no local tiveram grandes variações automáticas – de 35 a 123 segundos. Essas variações ocorreram para ajustar o grupo semafórico à demanda e seriam impossíveis de serem previstas no tempo fixo pré-programado.
Como funciona o Sistema Adaptativo Local?
O sistema usa câmeras de vídeo detecção ou laços físicos ou virtuais no asfalto, permitindo padronizar uma distância de headway entre os veículos e os tempos mínimos, máximos e médios do ciclo do semáforo (verde/amarelo/vermelho).
Se a distância entre os carros diminuir, a solução aumenta o tempo de verde naquele trecho dando prioridade à via com maior demanda. Após a instalação, não é necessária mais nenhuma intervenção humana na operação.
Os controladores semafóricos mais comuns funcionam através de uma programação fixa de ciclos. Uma mudança repentina nesse padrão devido, por exemplo, à congestionamentos em uma das vias, só é possível com uma intervenção humana, o que torna essa operação inviável em uma escala com centenas de cruzamentos.
Conheça algumas das cidades com tecnologia DATAPROM em seus cruzamentos
- Controladores Integrados ao Software Antares
São ao todo 34 cidades com o sistema instalado, totalizando 5.594 cruzamentos integrados por esse software. Entre os municípios, destaque para Curitiba, Rio de Janeiro, Lima (Peru), Florianópolis, Campinas e Niterói.
- Headway (adaptativo local)
São ao todo 6 cruzamentos em Curitiba, Rio de Janeiro, Joinville e Fazenda Rio Grande.
- Adaptativo Central
• Curitiba: 1999 > 40 cruzamentos / 2012 > 100 cruzamentos
• Rio de Janeiro: 2012 > 70 cruzamentos / 2014 > 50 cruzamentos
• Joinville: 2008 > 20 cruzamentos
• Cascavel: 2019 > 10 cruzamentos
• Ponta Grossa: 2018 > 10 cruzamentos
DESTAQUE: E o meio ambiente?
Menos tempo parado no trânsito também significa menos poluentes emitidos na atmosfera. Estudo divulgado em 2020 pelo Observatório do Clima mostrou que a energia é a principal fonte de poluição em 793 municípios brasileiros. Em São Paulo, onde é frota é quase o triplo da capital fluminense (veja gráfico), essa fonte poluente emitiu mais de 12 milhões de toneladas de CO², o dobro do segundo município com maior emissão.
FROTA DE AUTOMÓVEIS – TOP 5
- SAO PAULO 5979130
- RIO DE JANEIRO 2114632
- BELO HORIZONTE 1547446
- BRASILIA 1364133
- CURITIBA 1106392
Fonte: DENATRAN – Junho/2021